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História

Lagoa Vermelha é uma cidade rica em história, tradição e mistérios que encantam moradores e visitantes. Sua origem está ligada à ocupação dos campos gaúchos desde o século XVI, quando os primeiros rebanhos foram trazidos pelos jesuítas. Entre as paisagens naturais e os caminhos dos tropeiros, formou-se uma comunidade marcada pelo espírito pioneiro, que se desenvolveu até transformar-se no município que conhecemos hoje.

Além de sua trajetória histórica, a cidade guarda uma lenda fascinante que explica a cor única de sua lagoa — um símbolo da riqueza e da fé que permeiam essa terra singular. Venha descobrir as histórias e belezas que fazem de Lagoa Vermelha um destino especial no Rio Grande do Sul.


História e lenda de Lagoa Vermelha

Desde o século XVI, o território que hoje conhecemos como Lagoa Vermelha foi inicialmente ocupado por rebanhos de gado trazidos pelos jesuítas das missões, que rapidamente se tornaram selvagens e se multiplicaram. A região, conhecida como fundos dos campos de Vacaria, era passagem obrigatória para tropeiros que percorriam rotas entre o interior do Rio Grande do Sul e a Feira de Sorocaba.

Entre 1734 e 1736, o caminho foi aberto oficialmente, atraindo posseiros vindos de São Paulo e Paraná na década de 1840, motivados pela abundância de gado e pela crise no comércio de mulas. José Ferreira Bueno, capitão da guarda nacional, foi um dos pioneiros a fixar residência na região, fundando uma fazenda e, em 25 de janeiro de 1845, promovendo a doação de terras para a futura cidade, que recebeu o nome de São Paulo de Lagoa Vermelha, em homenagem ao padroeiro.

A evolução administrativa da região foi marcada por idas e vindas: a elevação à freguesia em 1850, o desmembramento e reagrupamento de territórios entre Vacaria e Santo Antônio da Patrulha, e a criação do município em 1876. Após conflitos políticos, Lagoa Vermelha conquistou sua emancipação definitiva em 1881, consolidando-se como cidade e referência do Nordeste gaúcho.


A lenda da Lagoa Vermelha

Diz a tradição que, na época das Missões Jesuíticas, padres perseguidos pelos mamelucos esconderam seus rebanhos e relíquias sagradas numa lagoa da região. Perseguidos, os índios que acompanhavam os padres entraram com os animais e as cargas na água, onde tudo afundou e foi sepultado, dando à lagoa sua cor vermelha e amarelada.

Desde então, a lagoa mantém sua cor e suas águas serenas, nunca aumentando ou diminuindo de volume, protegendo um mistério sagrado. A população local cultiva um profundo respeito por esse símbolo, evitando pescar ou se banhar em suas águas, temendo a perda da bênção que a lenda representa.

Ao redor dessa lagoa, cresceu a cidade que carrega seu nome — Lagoa Vermelha —, um lugar onde história e mito se entrelaçam para criar uma identidade única e apaixonante. E cada vez que um dos seus moradores passa na beira das águas coloradas, lembra que ali ninguém se banha, nem pesca, pois, conforme a lenda, a Lagoa não tem fundo.


Fundação e Emancipação de Lagoa Vermelha

Por volta de 1840, a combinação da crise no comércio de mulas, a beleza natural dos campos e a grande quantidade de gado selvagem atraíram posseiros vindos de São Paulo e do Paraná. Entre eles estava José Ferreira Bueno, capitão da guarda nacional, que já possuía uma fazenda na Lapa, no Paraná, e se encantou com as oportunidades oferecidas por estas terras.

Nas suas andanças, José Ferreira Bueno encontrou os rebanhos dispersos e percebeu o potencial para criação extensiva. Sem hesitar, trouxe seus parentes e fundou uma nova fazenda. Dois anos depois, em 1842, o local foi escolhido para abrigar uma nova vila. Os primeiros pioneiros ergueram uma capela rústica de tábuas de pinheiro, uma senzala e uma pequena casa. Bueno também buscou contato com as tribos indígenas da região — ramos guaranis — e incentivou a captura e criação do gado selvagem para abastecer o tropeirismo.

A fundação oficial da povoação foi marcada no dia 25 de janeiro de 1845, quando José Ferreira Bueno reuniu moradores e fazendeiros, organizou uma pequena celebração e realizou a doação verbal de uma área de um milhão de metros quadrados para a futura cidade, batizada de São Paulo de Lagoa Vermelha em homenagem ao padroeiro.

Com o passar dos anos, a região recebeu ondas de imigrantes italianos, alemães e poloneses, enriquecendo o mosaico cultural local.


Caminho até a emancipação definitiva

Em 1809, foram criados os primeiros quatro municípios do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Rio Pardo, Rio Grande e Santo Antônio da Patrulha — este último abrangendo todo o nordeste gaúcho, incluindo a área de Lagoa Vermelha.

No dia 22 de outubro de 1850, foi criado o município de Vacaria, tendo Lagoa Vermelha como distrito. Mais tarde, em 16 de janeiro de 1857, a sede do município foi transferida para Lagoa Vermelha, gerando forte descontentamento entre os moradores de Vacaria. Essa insatisfação resultou na extinção do município, fazendo com que ambos — Lagoa Vermelha e Vacaria — voltassem a pertencer a Santo Antônio da Patrulha (Lei Estadual nº 391, de 26 de novembro de 1857).

Após intensa mobilização de lideranças locais, Lagoa Vermelha conseguiu, finalmente, a criação do seu município próprio pela Lei Provincial nº 1.018, de 12 de abril de 1876, que incluía Vacaria em seu território. A instalação oficial ocorreu em 18 de janeiro de 1877. Porém, as pressões políticas de Vacaria não cessaram, e em 1º de abril de 1878 foi recriado o município de Vacaria, suprimindo o de Lagoa Vermelha. A freguesia de Lagoa Vermelha voltou à condição de distrito de Vacaria, e sua primeira emancipação durou apenas dois anos (1876–1878).

Somente em 10 de maio de 1881, pela Lei nº 1.309, Lagoa Vermelha conquistou sua emancipação definitiva, que foi formalmente instalada em 26 de janeiro de 1883. Até essa data, o território permaneceu administrativamente subordinado a Vacaria.


Hoje, Lagoa Vermelha comemora dois aniversários por ano:

25 de janeiro → aniversário de fundação, celebrado com feriado municipal e atividades comemorativas.

10 de maio → aniversário da emancipação político-administrativa, marco histórico que garantiu ao município sua autonomia definitiva.